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  • Foto do escritorEdson Tavares

RÁDIO LIBERDADE AM DE CARUARU É VENDIDA


Foto: Josabel Barreto
Foto: Josabel Barreto

Adolfo José, empresário de transportes, adquire a concessão da AM 910


A Rádio Liberdade de Caruaru, fundada há 54 anos pelo empresário Luiz Lacerda, mudou de dono. O empresário do ramo de transportes Adolfo José da Silva adquiriu a concessão da emissora em amplitude modulada da Rua da Conceição, que deve passar por uma reformulação geral, inclusive na denominação, num prazo estimado de 60 dias.


Há quatro anos, a Liberdade AM teve sua programação fundida com a da Liberdade FM, passando a ser apenas retransmissora, o que causou certa estranheza entre os ouvintes. Entretanto, essa medida foi tomada, segundo o Gerente da emissora Ivan Feitosa, em função das dificuldades de manutenção do prefixo, num cenário de forte crise econômica pela qual o país atravessa, e já vislumbrando a iminente migração para frequência modulada.


Ivan Feitosa, Gerente Geral da Rádio Liberdade. (Foto: Edson Tavares)

Agora, mais uma novidade surpreende os ouvintes da emissora do Grupo Lacerda. Em entrevista exclusiva a este Blog, Ivan Feitosa falou que “não tinha sentido a Liberdade ficar com duas emissoras em FM. A legislação não permite a mesma programação em duas emissoras de FM da mesma cidade. Por outro lado, o mercado está difícil, a situação está complicada, então a saída foi a venda, porque a empresa se capitalizou e vai investir na Liberdade FM, melhorando o som, aumentando o alcance, melhorando os estúdios, investindo nas redes sociais. As pessoas ficaram surpresas, mas nos bastidores da rádio, a equipe já sabia que a qualquer momento isso aconteceria, estávamos apenas aguardando uma oportunidade de negócio.”


A seguir, a íntegra da entrevista.


ET, O BLOG: Como surgiu a ideia de venda da Rádio Liberdade AM?

IVAN FEITOSA: O mercado publicitário encolheu com a crise que assola o país. Como executivo, tenho a obrigação de mostrar os cenários para os investidores. Depois de várias reuniões, convencemos a família Lacerda de que este seria o melhor caminho: vender a ondas médias para investir na Liberdade FM, que, proporcionalmente, é uma das mais ouvidas do Brasil. Segundo o último levantamento de audiência, na praça de Caruaru, em outubro de 2018, a Liberdade tem 36,81 de share, contra 15,66 da segunda colocada.


ET: Com a fusão das emissoras (Liberdade AM e FM), mantiveram-se os funcionários de cada prefixo? Neste caso de venda da AM, qual o destino dos funcionários?

IF: Não haverá uma só demissão com a venda da Liberdade AM. Desde o processo de junção das emissoras, a ondas médias passou a ser mera retransmissora da FM.

Ivan Feitosa: “não tinha sentido a Liberdade ficar com duas emissoras em FM". (Foto: acervo pessoal)

ET: Há uma data prevista para a efetivação da mudança para o ouvinte?

IF: Ainda não. O novo investidor vai montar estúdios, definir o nome da nova emissora, programação e quadro de funcionários.


ET: Como estava o processo de migração da AM? Este será continuado pelo novo proprietário ou é preciso iniciar outro processo?

IF: O processo de migração está dentro do planejado. Pagamos o valor exigido pelo Ministério das Comunicações, já sabemos a nova frequência (99.7). O novo investidor não vai querer permanecer em ondas médias, pois logo não terá aparelhos para os ouvintes acompanharem a programação em AM.


ET: Como surgiu o nome de Adolfo José, um empresário que não tem vínculo com o meio radiofônico?

IF: Nos eventos ligados à radiodifusão, já tínhamos manifestado o interesse da família Lacerda em se desfazer da AM, e alguém fez chegar aos ouvidos do empresário Adolfo José, que manifestou interesse, e em poucos dias o martelo foi batido.


ET: A junção das emissoras AM e FM não teria sido uma precipitação? Como você avalia as perdas e ganhos dessa decisão, em termos comerciais e de audiência, ao longo dos quatro anos em que as emissoras permaneceram juntas?

IF: Não houve precipitação. No Brasil inteiro, é clara a queda de audiência das emissoras de Ondas Médias. Seguimos um modelo que deu certo em Minas, o primeiro Estado a juntar AM/FM; depois o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Em termos de audiência, continuamos cada vez mais na liderança.


Luiz Lacerda, fundador da Rádio Liberdade de Caruaru. (Foto: www.pensericardocosta.com.br)

ET: Qual a participação do fundador da Liberdade, Luiz Lacerda, nas decisões do grupo, e como ele reagiu à ideia da venda do que parecia ser “a menina dos olhos” dele?

IF: Seu Luiz, apesar dos 94 anos de idade, é muito ativo e aberto para o futuro. Ele nunca participou do dia a dia da emissora, mas, nas decisões de impacto, ele é comunicado e ouvido – como a junção da AM/FM, o fim da equipe esportiva e a venda de uma para investir na outra. Reagiu como qualquer empresário de visão: com muita naturalidade.



A Rádio Liberdade de Caruaru foi ao ar em outubro de 1965, inicialmente entregue aos cuidados do radialista Edécio Lopes, que dotou a nova emissora de um estilo diferenciado e teve em seu quadro grandes comunicadores, como Edivaldo de Castro, Zélia Maria, João Luiz, Giovane Rosendo, Ivan Bulhões, Wellington Lacerda, Wilson Bezerra, Vitório Mazille, entre tantos outros.

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