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  • Foto do escritorEdson Tavares

REPÓRTER JUNINO: É SÃO JOÃO EM CAMPINA!

Preparando-se para fazer a mais completa cobertura do maior São João do Mundo,

o Repórter Junino da UEPB está com a carga toda.





Os preparativos para as festas juninas, na cidade paraibana de Campina Grande, têm início com pelo menos dois meses de antecedência. Detentora das atenções do país inteiro, durante o mês de junho, a cidade respira o folguedo mais popular do Nordeste.


Junto com o São João, destaca-se a atuação do Repórter Junino, fruto do mais longevo projeto de extensão universitária em atividade no Brasil, sem descontinuidade, segundo pesquisa realizada e publicada pelo Rumos Itaú Cultural. Boa parte dos profissionais que trabalham, por exemplo, na TV Paraíba, na TV Cabo Branco, na TV Borborema, e mesmo em outros Estados vizinhos, passaram pelo projeto.

O Prof. Fernando Firmino é o idealizador e criador do Projeto Repórter Junino.

Surgido em 3 de junho de 2005, quando o Prof. Fernando Firmino da Silva, da disciplina “Novas Tecnologias da Informação e Comunicação”, lançou para sua turma de primeiro período de Jornalismo, despretensiosamente e ainda sem a consciência da dimensão que tomaria, a ideia da criação de um site relacionado ao São João.


Em parceria com a Profª. Águeda Cabral (falecida em 2014), e com a participação apenas da turma de Firmino, com 30 alunos, no primeiro ano, o projeto foi crescendo ao ponto de, já na edição seguinte, necessitar ser realizado um processo de seleção para a escolha dos participantes, o qual recebeu nada menos que 280 inscrições. Atualmente, existem em torno de 70 envolvidos por edição. “A gente percebeu o potencial do projeto como um laboratório de produção jornalística, já que o aluno tinha oportunidade de passar trinta dias com produção de textos, se envolvendo com fotografia e audiovisual”, explica o Prof. Fernando Firmino.


Além do aspecto de ser esse grande laboratório, o projeto foi adquirindo também a característica de ter se tornado fundamental para a formação cultural do aluno, já que este se envolve diretamente com os festejos juninos e com a cultura popular, refletindo sobre esses aspectos festivos e culturais.

O Prof. Rostand Melo coordena a área de Fotografia do Projeto

O Projeto cresceu, não só internamente, aqui no curso de Jornalismo da UEPB, mas também outras universidades têm nos procurado e temos feito parcerias com, por exemplo, a Universidade do Estado da Bahia (Juazeiro e Vitória da Conquista), já veio aluno de Salvador, de Juazeiro do Norte (CE), aqui na Paraíba tivemos a FIP também; desde 2012, a gente vem fazendo parceria com a UFCG, com o curso de Educomunicação”, relata o Prof. Fernando.


A seleção dos alunos, realizada através de abertura de edital, consta da análise de uma peça jornalística apresentada pelo interessado, uma pauta ligada à cultura popular, e acontece no segundo semestre do ano anterior ao da edição junina. Especificamente em 2019, não haverá uma seleção ampla, pois será aproveitada a equipe escolhida em 2018, e será aberta uma seleção resumida para apenas complementar alguns espaços vagos. Em setembro, será realizada a escolha de toda uma nova equipe, para 2020. Podem participar desde os novatos até os concluintes do curso, já que existem oficinas e acompanhamento dos professores, que garantem um refinamento nas tendências que esses alunos já trazem, como também, por extensão, acaba sendo responsável pela permanência e maior dedicação desses alunos ao curso. E mesmo que não seja selecionado, o aluno pode participar como voluntário, se assim desejar.

Bruna Martins é uma das bolsistas do Projeto.

Ao longo de quase uma década e meia do projeto, já passaram por ele algo em torno de mil e duzentos estudantes. O evento, por vezes, acontece em meio a grandes carências técnicas, e não raro os próprios participantes levam seus equipamentos, para viabilizar toda a cobertura proposta, embora não seja uma exigência do projeto, mas configura o desejo de contribuição e parceria com que cada participante se reveste no trabalho. O projeto disponibiliza duas câmeras e um microfone.


É um efetivo ensaio do trabalho jornalístico no mercado, uma vez que o projeto dispõe, como resultado de uma parceria com a Prefeitura Municipal, de uma cabine de imprensa no Parque do Povo, e são disponibilizadas credenciais, que permitem o acesso dos alunos aos ambientes internos, a fim de realizarem as matérias. Os participantes recebem Certificados, que, além de comporem seu currículo, correspondem a 60 horas no curso.


Existem também alunos bolsistas, que passam por um processo de seleção em que são incluídos análise do RDM, entrevista e portfolio, e, desde 2015, o projeto está incluído no ProExt (Programa de Extensão Universitária), do MEC, que tem como objetivo apoiar as instituições públicas de ensino superior no desenvolvimento de programas ou projetos de extensão que contribuam para a implementação de políticas públicas, no caso do Repórter Junino com verbas para aquisição de equipamentos, como notebooks, câmeras fotográficas, o que ainda não se efetivou por conta das dificuldades burocráticas de licitação.

Gilberto Pereira participa do Projeto há várias edições.

O produto final desse projeto de extensão segue para várias plataformas digitais, como o site www.reporterjunino.com.br, que é o principal espaço em que são publicadas as matérias, mas também as redes sociais (Facebook, Instagram, Youtube) recebem esse material. Já se constatou a presença de turistas na cidade que vieram atraídos por alguma reportagem do Repórter Junino.


Segundo o coordenador, não existe um compromisso midiático, que especifique a atuação dos repórteres em determinados setores, eles cobrem desde o palco principal do Parque do Povo até aquela manifestação folclórica da zona rural, seus folguedos e culinária, além de cidades da região e mesmo de outros Estados.


Outra parceria interessante se faz com a Profª. Goretti Sampaio, através da WebRádio Junina, um projeto que mantém o programa “Gente Nossa”, focalizando artistas e personalidades ligadas aos festejos juninos da região, como Flávio José, Amazan, Oliveira de Panelas, Ton Oliveira, Sussa de Monteiro, Sandra Belê, Capilé, Jessier Quirino, entre tantos outros. Até o presente, estão disponibilizadas meia centena de edições, no site do projeto. “O São João de Campina Grande, hoje, tem uma memória armazenada no Repórter Junino, e eu acho isso fundamental para as escolas, para os historiadores”, ressalta Fernando Firmino, que complementa: “já teve quem fez TCC sobre o Repórter Junino, artigos sobre o projeto, e eu sempre o apresentei em vários eventos”.


Apesar de o foco do projeto ser o período de São João, o site é alimentado durante todo o ano, com notícias e matérias pertinentes à cultura regional, “até porque a plataforma é bem conhecida; quando a gente coloca um conteúdo rapidamente percebe uma audiência muito grande”, diz Firmino. Todas as matérias pulicadas são produzidas pela própria equipe, não há a utilização de releases recebidos de entidades, mesmo que parceiras, isso para garantir a independência editorial das matérias.


A opinião dos participantes


André Bojim descobriu sue amor ao Jornalismo no Repórter Junino

O projeto é levado a cabo com êxito, há tanto tempo, graças ao engajamento de professores e alunos, que integram o corpo de atuação do Repórter Junino, a exemplo do Prof. Rostand Melo, que responde pela coordenação da parte de fotografia, tanto na seleção dos inscritos quanto no acompanhamento do trabalho fotográfico, embora, ressalta, no dia-a-dia, acaba por assumir outras funções também. Ele diz que, “como os meninos sempre relatam, é um grande laboratório, porque, por mais que em sala de aula a gente peça algumas atividades jornalísticas, no Repórter Junino você está na cobertura de um grande evento e dividindo espaço com profissionais que já estão inseridos no mercado. Permite ao aluno essa experiência da prática real, cotidiana, com prazos, com tudo aquilo que a gente espera do profissional, além de proporcionar uma visão da cultura local, que é muito importante.


A aluna Bruna Batista, do 5º período de Jornalismo, é bolsista do projeto e expõe suas impressões a respeito do trabalho: “O Projeto consegue dar uma visão de mercado para os estudantes, que nunca trabalharam ou nunca prestaram serviço a uma empresa jornalística, e, além disso, permite ao aluno desenvolver, na prática, o que é estudado em sala de aula”.


Gilberto Pereira, também bolsista, segue a mesma linha de raciocínio: “É uma grande oportunidade para o aluno ter uma boa perspectiva de trabalho, além de ser uma grande experiência para sua vida mesmo”.


André Bojim, que cursa o 3º período, pela primeira vez engajado no projeto, afirma que o

Repórter Junino é o grande projeto de extensão do curso de Jornalismo, e que foi atraído a participar do evento “pela experiência que você acaba ganhando, você vê como é a rotina, o dia a dia de um jornalista. Eu descobri que amo cada vez mais o Jornalismo, participando do Repórter Junino, na produção de matéria, mexendo na rede social, fotografando, e acredito que é um projeto que está acrescentando muito na minha vida, porque a cada cobertura, a cada coisa que eu faço no RJ, eu vou aprendendo cada vez mais.”

Iara Lima está encantada com a possibilidade de trabalhar na cobertura do Maior São João do Mundo.

Não é muito diferente a opinião de Iara Lima, também do terceiro período, e produtora do “A Raposa do Blog” (https://araposadoblog.wixsite.com/araposadoblog), que igualmente se diz encantada pelo projeto: “trabalhar como repórter ou fotógrafo, seja do que for, no São João, num evento tão grande como esse, que é conhecido nacionalmente, é uma oportunidade única. A turma toda se empenhou muito em fazer matérias”, concluiu Iara Lima.


Reportagem / Texto / Fotos: Edson Tavares

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