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  • Foto do escritorEdson Tavares

LAJEDO DO PAI MATEUS: ACESSO SOFRÍVEL AO PARAÍSO ROCHOSO

Atualizado: 21 de jan. de 2019

No interior da Paraíba, em pleno cariri do Estado, localiza-se a cidade de Cabaceiras, em cuja zona rural, a 25 km do centro, encontra-se uma das maiores concentrações rochosas exóticas do planeta




Dizem que o caminho para o paraíso é composto de obstáculos. A verdade é que o Lajedo do Pai Mateus, um dos lugares mais bonitos que a natureza oferece aos olhos do visitante, tem um acesso sofrível, através de uma mal cuidada estrada de terra que impede uma velocidade acima de 30km/h – a não ser que não se tenha zelo pelo veículo.


Uma estrada esburacada e poeirenta, no meio da caatinga é o caminho do paraíso rochoso de Pai Mateus (Foto: Edson Tavares)

Mas, após mais de hora e meia de sacolejo, a compensação: o Hotel Fazenda Pai Mateus, incrustado no meio da vegetação retorcida, aparece como um oásis, de uma beleza rústica, com apartamentos confortáveis (nível europeu, para quem o estabelecimento foi criado), um redário convidativo, uma piscina que atrai pelo frescor da água, e que contrasta com o clima inóspito de quase quarenta graus. É certo que os preços são salgados: no bar, uma lata de cerveja pequena ou de refrigerante custa R$ 6,00; uma água de coco, R$ 5,00 – nítidos indicadores da ausência de concorrência e do tal estilo europeu. Mas, afinal, quem liga para esse detalhe, quando se está suando em bicas e com a boca seca?!

Grupos de turistas sobem o lajedo de Pai Mateus, sob a supervisão de guias locais. (Foto: Edson Tavares)

A área do lajedo é uma propriedade privada, pertencente ao dono do hotel, que a explora turística e comercialmente. Paga-se para visitar um dos maiores e mais belos conjuntos rochosos do mundo. E precisa agendar, pois o acesso é rigorosamente controlado, e, ainda, vez por outra, é fechado para a produção de filmes – o local é escolhido pelos cineastas, em função da beleza exótica e da luz natural, de uma textura ímpar, jamais conseguida artificialmente.

O abrigo do Pai Mateus, onde supostamente o eremita curandeiro se alojava, é um dos lugares preferidos para visitas e fotos. (Foto: Edson Tavares)

Veículos levam os visitantes até o sopé do lajedo, e então o que se vislumbra à frente faz esquecer os percalços até agora experimentados. O quadro é de uma beleza gigantesca e agreste – como tudo que é produzido pela Natureza, nesta região. Rochas de todos os tamanhos e formatos (predominantemente arredondadas, pela ação dos ventos, ao longo dos séculos) distribuem-se por sobre um lajedo de aproximadamente 1,5 km2. A formação rochosa foi sendo lapidada pelo desgaste do solo, ao longo de milhões de anos, por conta de fissuras naturais e das bruscas e extremas variações de temperatura – fervente durante o dia, muito baixa à noite.

A pedra do Sino emite um som metálico, ao receber o impacto de outra pedra. (Foto: Edson Tavares)

As pedras mais curiosas são a do Sino, cuja composição permite que se tire um som metálico, ao se bater nela; a do Capacete, pelo formato que a caracteriza; a da Baleia, da Orelha, do Sapo. E a que teria servido de abrigo ao famoso Pai Mateus, que dá nome ao lugar. Em todas, as belas fotos são garantidas e os visitantes podem subir ou se meter por baixo, nos espaços construídos pelo tempo.

Gerson Lima e Tiago Farias são dois dos guias que conduzem os turistas ao Lajedo. (Fotos: Edson Tavares)

Os guias do hotel, de temperamento que oscila entre o amistoso, o místico, o gentil, o atencioso, o hilário, o exigente e o rude, a depender da situação, trazem explicações e curiosidades acerca do ambiente. Jorge Farias, por exemplo, informa que “o Pai Mateus foi um curandeiro que viveu no século XVIII aqui, e que curava com plantas e rezas, tendo feito sua morada sob uma das rochas, no topo do lajedo”. Enquanto isso, Gerson Lima diz que “há um contato forte com a natureza e com as outras pessoas, que visitam o lugar em busca da liberdade. A energia daqui é o principal foco, você entra num ambiente propício de natureza e de paz espiritual muito grande.”


O por do sol e o nascer da lua são espetáculos de rara beleza. (Fotos: Edson Tavares)

O final da tarde é o momento mais adequado para a visita, não só pela possibilidade de se ter um clima ameno, que facilita a subida - feita a pé -, mas principalmente pela condição de se presenciar um dos mais fabulosos espetáculos visuais da natureza: o por-do-sol. Olhos e câmeras fixam-se no horizonte sanguíneo, onde o sol vai descendo por entre as nuvens, num espetáculo de rara beleza; e, se tiver sorte, o turista poderá acompanhar, do lado oposto, o nascer da lua.

O final do dia é um oportuno momento de meditação. (Foto: Edson Tavares)

Tudo isso faz do Lajedo de Pai Mateus um espaço místico por excelência, em que há uma concentração de energias singular. Não raro encontram-se pessoas sentadas ou deitadas sobre a rocha, olhos fechados, em profundo meditar, alheias completamente ao movimento ao redor, de gente barulhenta, de crianças correndo, de saquinhos de batata-frita levados pelo vento...

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